quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Desafio de Natal





Menininho Jesus
Não me olha assim
Não olha pra mim
Como quem quer colo
Meu colo ta cansado
Acabado
No colo preocupado
Da ansiedade
Da vaidade
Da falta de colo...

Menininho Jesus
Não me olha desse jeito
Me deixas sem jeito
O jeito hoje é outro jeito
Diferente
Bem “pra frente”
Do jeito da gente
Da nossa gente
Do nosso tempo
Já faz tempo
Que era do teu jeito
Outra era!
Já era!

Menininho Jesus!
Não mexe assim comigo
Não consigo comparar
O brilho do teu olhar
Com o brilho
Dos enfeites de Natal
Afinal, é o Natal!

Menininho Jesus!
Não chora agora
Também não é pra tanto!
Enquanto que é hora de festança
Tu, criança, choras!
É Natal!
Não me leva à mal!

Menininho Jesus!
Menininho Jesus!
Jesus!
Dormiu?
É
Ele dormiu.

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Pão – fruto do trabalho



O pão

Se faz pão

No trabalho

A especulação

Não faz pão

Quem especula

Acumula

O pão

Do trabalho

Do irmão

Da Irmã

E o irmão

E a irmã

Que trabalham

Ficam sem o pão

Fruto de seu trabalho

E o pão

Que é como se fosse

Pão doce

Pão de mel

Vira pão de fel

Acumulado

Embolorado

Pecado!


Nicarágua
Nicaraguíta
Chão de luta
Chão de luto

No chão da Nicarágua
Neste chão de luta
Neste cão de luto
Nós pisamos
Porque sonhamos
Mais chão de luta
Menos chão de luto
Porque lutamos
Por uma América Latina mais irmã
Por um Caribe mais irmão
Somos América Latina e Caribe
Sonhamos vida
Neste chão comum
Regado à suco de “molocotum”
E ao sonho comum
De que haja “tortilhas”
“GalloPinto”
E suco de “molocotum”
Sobre toda mesa

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Somos PPL

(Na assembléia 2008, Palmitos, SC)

Somos Pastoral

Somos Popular Luterana

Somos Pastoral

Porque somos ovelhas

Num só rebanho

Com um só Pastor

Somos Popular

Porque estamos no pasto

Vasto pasto da vida

Somos Luterana

Porque proclamamos

Que a graça do Pastor

Nos é concedida

Abundantemente

Constantemente

Apesar da gente

Sim, somos PPL

Graciosamente

sábado, 6 de setembro de 2008

Inclusão

Eu vi

A menina valente

Potente

Perante a calçada

Sem degraus

E sem muros

Num espaço seguro

Para ela ir e vir

E sorrir pra vida

Não mais impedida

De seguir em frente

Valente em sua cadeira de rodas

Potente agora perante a vida

Não mais excluída

Já mais incluída

Na vida da rua

Da calçada

Não mais com degraus

Nem com muros

Mas com seguros

Direitos garantidos

E vividos com presteza

Na certeza de que

Ainda mais direitos

Ainda mais respeito

Para ainda mais

Pessoas especiais

Serão garantidos

E vividos com satisfação

No poder do Espírito

Que nos faz proclamar

A reconciliação

Viva a inclusão!

Não canto só

Que se dane o canto

Se nem o canto dos passarinhos

Me encanta mais.

Daqui, do meu canto

Espanto até

O canto do galo

Falo!

Grito!

Apito!

Mas não canto.

Não canto

Enquanto não tiver

A tua voz

Pra nós

Cantar à dois

Depois...

Haja voz!

Vem!

Dons entrelaçados

Com dons mais diversos

Dispersos

Em mãos diversas

Dispersas

Estamos

E vamos de mãos dadas

De dons dados

Entrelaçados...

Nos complementando

Completando lacunas

Algumas mais

Algumas menos

Temos o que ver

Temos o que ouvir

Temos o que sentir

E intuir

Com os sentidos

Dos dons que recebemos

De Deus

Que desenvolvemos

Em Deus

E que agradecemos!

Louvemos a Deus

Pelos dons diversos

Dispersos

Em mãos diversas

De mãos dadas

De dons dados

Entrelaçados...

domingo, 10 de agosto de 2008

Saudade do pai


A saudade dói

Dói demais, meu pai!

São tantas as lembranças

Mais que lembranças

Mais que memória

É história

A história dos cestos

De taquuara

Que fazias pro pasto

Nas tardes de chuva

A história das vassouras

Que amarravas

Pra varrer o pátio

Nas manhãs de sábado

A história do teu canivete

No teu bolso

Afiado sempre

Pra descascar laranja

Pra gente

A história do chapéu de palha

Amassado sempre

As carregar o cesto

Cheio de milho

A história da satisfação

Ao trazer melancia

Que servias a toda a família

à sombra do cinamomo

A história do choro fácil

Dos olhos molhados

Choro de emoção

Puro coração...

Choro eu agora

Chora a saudade

Chora a lembrança

Chora a memória

Chora a nossa história.

Ser pai é mais


Ser pai

Vai além

De ser pai

Ser pai

É também

Ser companheiro

Ser o primeiro amigo

Ser abrigo

Ser irmão

É muito bom

Você ser

O meu pai

Porque também é

Meu amigo

Meu abrigo

Meu irmão!

Minha gratidão, meu pai!

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Feliz estou



Feliz estou

Por tanta bênção recebida

Grata sou

Por tanta gente em minha vida

Que me segura

E me empurra pra frente

Gente querida

Obrigada, Amor!

Obrigada, meus filhos!

Obrigada, minha filha

Com vocês tenho tudo.

Obrigada, minhas amigas

Irmãs de caminhada

Irmãs queridas!!!

Obrigada, meus amigos

Irmãos também

Obrigada, gente querida

Que faz das comunidades

Um lugar de vida celebrada

De celebração partilhada

De poesia compartilhada

Celebrando em Poesia estamos

E vamos sempre mais

Sendo irmãs e irmãos na caminhada

Celebrando sempre...

Poetizando sempre...

Louvando a Deus sempre

Graças dou!

Graças damos!


terça-feira, 8 de julho de 2008

Saudade de ti, minha irmã


Pensando no passado

Tão ao lado de ti...

Pensando no presente

Tão ausente de ti...

Lembro tanto de ti!

Sinto tanta falta de ti.

Tanta!

Te perdi

Fico aqui

Com as lembranças

Na esperança de te rever

Na eternidade

Saudade, Zenaide!

Saudade!

Saudade do pai


A saudade dói

Dói demais, meu pai!

São tantas as lembranças

Mais que lembranças

Mais que memória

É história

A história dos cestos

De taquara

Que fazias pro pasto

Nas tardes de chuva

A história das vassouras

Que amarravas

Pra varrer o pátio

Nas manhãs de sábado

A história do teu canivete

No teu bolso

Afiado sempre

Pra descascar laranja

Pra gente

A história do chapéu de palha

Amassado sempre

Ao carregar o cesto

Cheio de milho

A história da satisfação

Ao trazer melancia

Que servias a toda a família

À sombra do cinamomo

A história do choro fácil

Dos olhos molhados

Choro de emoção

Puro coração...

Choro eu agora

Chora a saudade

Chora a lembrança

Chora a memória

Chora a nossa história.

Saudade da mãe


Saudade de ti, mãe!

Saudade do que dizias

Saudade do que fazias

Quando vinhas do teu jeito

Quando ias do teu jeito

(muito o meu jeito)

Saudade de ti, mãe

Dos teus dedos

Calejados da enxada

Que puxavas de dia

Mas hábeis na agulha

Que fiavas de noite

Saudade da bolacha pintada

Nos dias de Natal

Saudade da cuca recheada

Sempre igual

Assada no forno à lenha

Cuja lenha tínhamos que buscar

E buscávamos sem reclamar

Saudade do mate doce

Que era como se fosse

Um ritual de iniciação

Pra fazer parte

Da roda de chimarrão

Saudade

Da roda de chimarrão

Em volta do fogão à lenha

Saudade, mãe..

domingo, 29 de junho de 2008

Se o chimarrão não existisse, eu o inventaria

Se

o

chi

mar

rão

não

existisse, eu o inventaria

como seriam minhas manhãs

sem a manha da cuia

no banho da pia

como seria

iniciar o meu dia

sem o dengo da bomba

querendo a mão envolvente

banhando-a na água quente

como eu poderia ter energia

sem sorver de mansinho

golinho por golinho

água esquentando

virando mate

arte

E o meu arremate:

Como faria poesia

Sem que o amargo do chimarrão

Entrasse em sintonia

Com o mais doce de mim

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Mais


A vida

Me ensina mais

Mais ainda

Que jamais pensei

Pensei em menos

Em amenos ensinos

Pequenos

Mas...

(ao menos tem um mas...)

Não quero aprender

Não quero saber

Eu quero mais

Eu quero viver!

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Ahhhhhh, se não fosse o amor

Seria uma melancolia...

Aliás, não seria nada!

Teríamos nada mais

Nada menos

Que mais ou menos

Momentos amenos

Pequenos

Ahhhhh, se não fosse o amor

Seria uma monotonia...

Aliás, não seria nada!

Teríamos nada mais

Nada menos

Que menos sentido

Menos tudo

Menos

Queremos mais

Muito mais

Queremos amor

Temos amor

Fazemos amor...

Ahhh, se não fosse o amor...

domingo, 8 de junho de 2008

Minhas poesias


Poesias

Que meus dias concebem

Pois percebem

Que sem poesia

Viram noites de frio

Sem cio

Nem pavio

Pra acender o dia

Eu faço a minha poesia

Nos dias de sol

Mas também

Nas noites de chuva

Porque eu sonho

Novos dias

Renovos ...

Te desafio

A sonhar comigo

Na minha poesia

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Palavra

Que fala

Mesmo quando

De vez em quando

Ela cala

Mas fala sentindo

Intuindo

Indo e vindo

De palavra em palavra

De silêncio em silêncio

De olhar em olhar

No palavrear....

Palavra dita

Bem dita

Bendita!

domingo, 25 de maio de 2008

Vejo

Só o que desejo

Só vi em ti

O pior de ti

O bom em ti

Nem vi

Nem percebi

Só vi em mim

O melhor em mim

O ruim em mim

Nem vi

Nem percebi

Só vimos em vocês

O pior em vocês

O melhor em vocês

Nem vimos

Nem percebemos

Urge

Ver isso

Perceber isso

Porque surge

Um ser humano

Não mais humano

Desumano

Insano.

Alerta, ser humano!

Desperta!

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Sonho só

Só mesmo

O mesmo sonho

Tristonho sonho até

Até que o sonho

Se canse de sonhar?

Não passa o sonho

Que sonha realidades

Impossíveis

Inatingíveis

Irrealizáveis

Sonháveis só

Que dó!

Sonho só!

Oiiii! Que bom que estás aqui comigo. Valeu!

Oiiii! Que bom que estás aqui comigo. Valeu!
Muito obrigada pela visita. Volta!